quinta-feira, 7 de junho de 2012

África do Sul e o futebol



POR DAIANNA CARLA


Desde o final da II Guerra, com a tomada do poder pelo Partido Nacional, a África do Sul ficara rotulada como a capital mundial da segregação racial. Hoje, superadas as diferenças e reestabelicida a democracia, o país foi escolhido para sediar a próxima Copa do Mundo de Futebol em 2010, e assim mostrar para o mundo que é uma nação livre do preconceito e da discriminação.

    No entanto, no final da década de 1940, a política segregacionista instituída com o Apartheid atingiu a todos os setores da sociedade sul-africana. O meio esportivo, por sua vez, não ficou impune às determinações desse regime. Em 1976, o presidente Pieter Botha aprovou um pacote de medidas estabelecendo novas regras para a estrutura esportiva do país, tais como:


1. Cassar as federações unificadas e criar associações específicas para mestiços, indianos e africanos;
2. Criar novas federações raciais, impedindo associações livres;
3. Financiar e ajudar a composição de uma elite negra, reconhecendo sua existência como forma de manter o status quo, e justificando a política segregacionista do regime.


   Se até então a Federação Sul-Africana de Futebol estava suspensa do quadro da FIFA, essas proposições foram determinantes para sua expulsão da entidade. Nesse contexto, o futebol transformou-se num dos principais catalisadores da luta contra o Apartheid, tendo como ponto de referência um clube em especial, o Winnie Mandela Football Club. Winnie era o nome da mulher de Nelson Mandela, homem que liderou a luta pela redemocratização africana, e seu time serviria como refúgio para líderes políticos e sindicais perseguidos pelo regime.


   Em 1991, enfim, com a extinsão do Apartheid, a África do Sul seria readmitida no cenário esportivo internacional, sendo aceita de volta pela FIFA em 1992. Com a vitória de Nelson Mandela, a Bafana Bafana (apelido pelo qual é conhecida a seleção nacional de futebol e que significa "garotos", em uma das línguas negras) se tornaria um poderoso fator de coesão nacional, uma das bases da democracia sul-africana.

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